5) A BLENORRAGIA NO HOMEM

A BLENORRAGIA NO HOMEM


Com a descoberta dos antibióticos, essa doença parecia em vias de erradicação; nos últimos anos, porém, sua incidência vem aumentando.
o      COMPLICAÇÕES E TRATAMENTOS;


O agente causador da blenorragia, ou gonorréia, é uma bactéria chamada Neisseria gonorrheae, de onde o termo gonorréia para a doença, e gonococo para o germe.

Em geral, o gonococo só encontra condições favoráveis de proli­feração no epitélio simples, como o da uretra. Mas não consegue penetrar epilélios estratificados como o da pele, nem da mucosa vaginal da mulher (mas sim na da menina). A contaminação depen­de também da sensibilidade individual ao germe. Pesquisas de­monstraram que relações mantidas por vários homens com a mes­ma mulher infectada nem sempre contaminam todos.

As manifestações da gonorréia são bem evidentes no homem e podem ser percebidas três ou quatro dias depois do contágio. Os primeiros sintomas são as sensações de prurido e ardor intenso nas bordas do orifício urinário, que se apresentam avermelhadas e in­chadas. São indícios da uretrite purulenta da fase aguda.

No início, ocorre também uma secreção mucosa, clara, que logo a seguir é substituída pelo corrimento amarelo-esverdeado, com presença de pus. Essas manifestações também podem surgir cerca de dois dias após o contágio, mas há casos em que o período de incubação chega a três semanas.

A afecção da uretra se manifesta também com a dor intensa ao urinar. A febre ocorre muito raramente.

O exame do muco uretral ao microscópio mostra os gonococos contidos nas células superficiais da mucosa, que são as primeiras a serem atacadas. Mas, à medida que a doença evolui, podem apare­cer no exame do muco gonococos aprisionados em outras células: os leucócitos, ou glóbulos brancos do sangue, mobilizados para a defesa contra a invasão.

COMPLICAÇÕES E TRATAMENTO — A evolução da ble­norragia não tratada pode conduzir a formas crônicas, que atacam, além do canal uretral, os testículos, a próstata e, mais raramente, a bexiga e os rins. Além das complicações locais, poderão surgir outras afecções em regiões distantes do aparelho genital. As mais comuns são as articulações (artrite gonocócica), principalmente as dos joelhos, tornozelos e pulsos.

A penicilina continua a ser o antibiótico de primeira escolha para tratamento de todas as infecções gonocócicas. Mas a resistência que a bactéria tem desenvolvido a esse antibiótico determina o empre­go de doses cada vez mais altas. Um motivo para não se prescindir da assistência do médico é a possibilidade de a penicilina provocar um choque anafilático, de possíveis consequências fatais.

Em geral, a uretrite cede em dois ou três dias, quando tratada com doses adequadas de penicilina. Um corrimento aquoso, porém, poderá persistir por várias semanas, mesmo depois de inteiramente eliminados os gonococos. Se o tratamento tiver sido insuficiente, os sintomas reaparecerão por volta de uma semana. Se isso ocor­rer, o mais comum é repetir o tratamento, em dose dobrada.

A prostatite, a vesiculite ou a artrite por gonococo requerem tra­tamento mais prolongado. Em casos de evolução mais avançada, poderá ser necessário o emprego da cirurgia para drenar os absces­sos nas articulações. Em outros casos, bastará a drenagem por agu­lha, com subsequente aspiração do pus.

Quando o gonococo apresenta resistência elevada ou quando o paciente for alérgico à penicilina, o médico poderá optar por outros antibióticos, alguns de via oral, como a tetraciclina e outros de largo espectros.